Incoerências do Ser

- Competição : considerando-se aquela da obstinação em indicar o vencedor para alguma modalidade de disputa, como se isto fosse algo da maior importância para a vida humana, incorremos numa ilusão; nesta ótica, muita energia é desviada e acirra-se o sentimento de rivalidade que contribui para a animosidade entre pessoas, comunidades e organizações.

 

- Aventura : a necessidade de participar de eventos de características inseguras e de natureza imprevisível tem a orientação precípua de provar que um desafio foi vencido; nem sempre ficando clara uma finalidade relevante na ação, a não ser estimular a vaidade e a adrenalina de quem que foi capaz de participar do ato arriscado.

- Emoção : o fato de se levar uma pessoa a um estado emocional cada vez mais exacerbado torna-se um recurso empregado para valorizar determinada atividade; parece que as pessoas devem ser levadas à emoção para aprovarem os eventos de que participam como se isso fosse o aspecto principal para a avaliação.

-Diversão : praticamente está se consolidando a obrigatoriedade de incluir um divertimento na agenda como uma questão de compromisso pessoal; impõem-se, que o tempo livre precisa ser ocupado compulsoriamente com alguma atividade divertida mesmo que, miseravelmente, não seja das mais recomendáveis ou saudáveis.

-Prazer : o empréstimo de sensações prazerosas para várias práticas que visam conquistar o homem é um recurso utilizado em muitas circunstâncias, mormente pela ânsia de obtenção das satisfações; entretanto, corremos o risco de que na busca de todos os prazeres percamos a capacidade de distinguir quais são os benéficos e os prejudiciais.

-Paixão : ao nos deixarmos ficar cegamente apaixonados tendemos a comprometer a nossa capacidade de pensar com clareza, pela dedicação exclusiva em atender o sentimento que nos domina; verificamos, em vários canais, o estímulo para a exposição de um caso de grande paixão, ao invés, da experiência de um relacionamento realizador.

-Espetáculo : pretendem nos impor que devemos proporcionar para a sociedade atos magistrais que chamem a atenção e demonstrem a nossa capacidade de realizar grandes acontecimentos e aparições; então, quanto mais celebridade formos, mais seremos considerados e aceitos no ambiente que valoriza apenas as aparências.

- Personalismo : há uma tendência em radicalizar e desconsiderar os costumes e hábitos normalmente praticados, optando-se por comportamentos e arranjos cada vez mais exóticos e estranhos com o fim de definir uma marca pessoal; às vezes, podemos encontrar composições adequadas mas, também, outras desagradáveis ou impróprias.

-Representação : somos levados por vários meios a adotarmos certos comportamentos e atitudes que passamos a acreditar que são muito importantes para que sejamos reconhecidos pela sociedade; esta condição, induz para as práticas mais convenientes, conforme forem os interesses em jogo, ao invés, daquelas mais acertadas e corretas.

- Sucesso : há uma mentalidade em que o importante é ser bem sucedido, apresentando-se aí a questão de interpretação entre o ser e o ter; então, devemos refletir melhor quando as nossas grandes motivações passam a ser a possibilidade de acesso aos bens de consumo e estar obtendo destaque devido ao ingresso em círculos de grande prestígio social .

- Concluindo : a justa medida pode estar entre a emoção e a razão, entre o ser e o ter, entre o acontecer e o aparecer, ou seja, em equilíbrio entre as partes, a fim de que haja uma boa realização pessoal; portanto, haverá momentos em que o pensamento deverá ser acionado a fim de esclarecer a conveniência de nossos comportamentos.